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Alimentação dos Equinos no frio: entenda o que pode mudar

Para falarmos de alimentação dos equinos, precisamos entender um conceito básico: a digestão dos cavalos.

O capim para apresentar todo seu potencial produtivo necessita de basicamente três coisas: qualidade do solo, luminosidade e água.  No Brasil, em épocas frias (outono e inverno) a luminosidade do Sol diminui e ao mesmo tempo são nestas épocas que se apresentam menores quantidades de chuva (estações secas).

Como o capim não consegue apresentar toda a capacidade nutritiva esperada, surge a necessidade de complementação da alimentação. Quer saber mais? Continue lendo este artigo.

Entenda a digestão dos Cavalos

O equino é uma espécie herbívora não ruminante capaz de suprir toda ou quase demanda nutricional somente com gramíneas. Para isso acontecer, todo o seu trato gastrointestinal foi adaptado fisiologicamente por milhares de anos.

O cavalo pega o alimento com a boca e os lábios, usando os dentes incisivos para cortar a gramínea, o que possibilita que ele paste rente ao chão. Normalmente, o cavalo mastiga somente de um lado da boca e a velocidade de mastigação e quantidade de movimentos depende de qual alimento está sendo ingerido.


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O estômago do cavalo é relativamente pequeno (perto de todos os órgãos do trato digestivo) e adaptado a pequenas porções de alimento. As enzimas gástricas do estômago são liberadas mediante distensão do órgão, sendo liberados ácido clorídrico, pepsina, hormônio polipeptídeo e gastrina. Por ser um órgão pequeno, o grau de digestão de proteínas é baixo.

Os órgãos mais importantes da digestão do cavalo são: ceco e cólon. Nestes dois órgãos, não há produção de enzimas e a digestão dos compostos depende exclusivamente da flora intestinal. Elas são responsáveis pela transformação parcial ou total destas em proteína e energia digestível.

Para que o cavalo mantenha uma fermentação microbiana adequada, nós, tutores, devemos incluir fontes de fibra de alta disponibilidade energética para favorecer o crescimento desta flora, evitando descompensações alimentares e posteriores doenças.

Por isso é importante ficar atento as estações do ano e a condição fisiológica do pasto, pois nas épocas de frio, há maior concentração do teor de lignina (composto da celulose que forma o talo da pastagem) e uma baixa concentração de fibras digestíveis, tornando os pastos em baixa qualidade nutricional, quando mal manejados.

No frio, ainda há de se tomar cuidado com a ingestão de água. Sabe-se que os equinos em épocas frias ingerem menor quantidade de água, favorecendo-os a problemas de desidratação. Por isso, tutor, fornecer água a vontade e em temperatura agradável induz a maior ingestão de água.

Quais são os alimentos preferidos pelos cavalos?

Em função do hábito de pastejo surgiu a necessidade da escolha de gramíneas adequadas aos cavalos, já que no Brasil muitas tropas ainda são criadas junto com bovinos, que tem um hábito bem diferente.

As pastagens que mais se adaptam a esse tipo de hábito são as de crescimento estolonífero (que crescem rentes ao chão), cespitoso (que forma touceiras) e as gramíneas (grama). Para escolher a variedade adequada a ser plantada na sua propriedade, o zootecnista e o médico veterinário podem auxiliar verificando o potencial de produção da espécie, adaptação as condições climáticas da região (já que estamos falando de um país continental, com grande variação entre regiões), exigência de fertilidade do solo, hábito de crescimento e palatabilidade.


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As pastagens mais utilizadas são:

  • Tifton 85: é uma gramínea de porte alto, talos maiores, folhas largas e cor mais escura. É uma planta híbrida (produzida a partir do cruzamento de uma forrageira sul-africana com a tifton 68);
  • Tifton 9: é uma gramínea híbrida de hábito rasteiro, raízes curtas e firmes à superfície do solo formando cobertura densa. Tem boa persistência, mesmo em condições de pastejo intenso. É planta desenvolvida a partir do cultivar Pensacola e tem produção maior de 30 a 40%;
  • Coast Cross: é uma forrageira perene, resistente ao frio, com um bom valor nutritivo, alta produção e alto nível de digestibilidade. É uma pastagem macia, produzindo um bom feno, e como é persistente, pode ser utilizada juntamente com pastagem de bovinos.
  • Aruana: é uma gramínea que forma touceiras, de porte médio e possui boa cobertura do solo. Dentre as gramíneas de touceiras, ela é que possui talos finos e flexíveis. Possui boa produtividade no solo e pode ser consorciada com plantações de leguminosas, como soja perene e estilosantes.
  • Alfafa: é a leguminosa de preferência dos equinos. É muito nutritiva, apresentando importantes qualidades em teores de proteína bruta, cálcio, fósforo em níveis muito superiores as leguminosas usualmente utilizadas. É uma planta típica de clima temperado, mas tem capacidade de apresentação a uma grande variedade de climas e altitudes elevadas. Por ser uma leguminosa de alto teor nutritivo, as exigências de qualidade de solo também são altas, tornando o processo de escolha custo-benefício uma questão a ser analisada pelo produtor.
  • Estilosantes: é uma planta híbrida que tem boa aceitabilidade e digestibilidade, não são exigentes quanto a fertilidade do solo e produzem índices de proteínas brutas elevadas. Devem ser consorciadas as pastagens de baixo índice de proteína bruta e grande quantidade de volumoso produzido.
  • Outras leguminosas: são utilizados também o Amendoim Forrageiro (baixa exigência de fertilidade do solo e resistência à cigarrinha das pastagens); Soja Perene (exige bons níveis de solo e é planta de climas amenos e frios); e o Feijão Guandu (aumenta o índice de proteína quando consorciado a outras pastagens e suporta variação de temperatura). Todas essas leguminosas têm boa aceitabilidade pelo cavalo.

As pastagens precisam de condições ideais para manter sua produtividade e qualidade em expressão máxima de produção. Por isso, algumas delas perdem qualidade em termos nutritivos quando temos variação de clima e quantidade de chuvas, fazendo necessário consorciação com leguminosas ou suplementação da alimentação.


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E agora? Como suplementar?

Para suplementar a alimentação dos cavalos, é necessário saber qual composto está em carência no organismo do animal. Se é necessário aumentar a quantidade de fibras, se está faltando energia na dieta, se o que está em déficit é a disponibilidade e quantidade adequada de água.

Para um bom diagnóstico, o médico veterinário e o zootecnista podem avaliar quais são as porcentagens ideais de suplementação e evitar problemas de saúde. Animais atletas e em alto índice de exigência de desempenho, podem ser suplementados com uso de eletrolíticos para evitar a perda de sais minerais importantes, fornecer um maior aporte de água e evitar a desidratação.

Em épocas frias quando o pasto está seco, ainda podem ser utilizados óleos para facilitar a lubrificação do trato gastrointestinal, auxiliando a passagem dos alimentos pelo sistema digestivo, evitando a compactação e posterior cólica.

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