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Qual escolher: Hotel ou Pet Sitter? Tire a dúvida!

Feriados sempre são uma oportunidade para viajar e aproveitar, mas é preciso planejar os cuidados com nossos melhores amigos neste período. Para ajudar você a decidir qual a melhor opção para seu pet, convidamos a Dra. Gisele Sprea – médica veterinária da Ethos Comportamento Animal – para dar dicas incríveis. Confira e viaje tranqüilo.

1) Quando os proprietários de pet viajam em feriados ou períodos curtos, costumam deixar seus cães e gatos em hotéis ou sob cuidados de uma pet sitter. Qual é a opção mais indicada e por que?

Tudo depende do perfil do animal. Para gatos, geralmente o melhor é uma pet sitter, pois assim evita-se a mudança de ambiente, o estresse do transporte e dos diferentes estímulos sensoriais que receberá num hotel com outros animais e pessoas desconhecidas. Para os cães é preciso considerar a faixa etária, perfil comportamental e as condições do hotel. Por exemplo, os cães idosos podem ficar bastante estressados ao serem retirados do seu ambiente e de sua rotina, por isso uma pet sitter pode ser a melhor opção. Já os cães jovens que são bastante sociáveis necessitam de mais exercícios, brincadeiras e interações. Neste caso um hotel seja a melhor opção.

2) Se o pet for para um hotel, quais os principais cuidados a serem tomados?

Realizar uma avaliação médica antecipada pode evitar algumas intercorrências de saúde. Assim como uma avaliação médica comportamental auxilia na minimização do estresse, através de medidas pontuais a serem adotadas pelos tutores e profissionais do hotel. A carteira vacinal, atestada por médico veterinário, deve estar em dia. Lembre-se que isto inclui a imunização contra gripe e raiva. O antipulgas e carrapaticida deve ser aplicado preferencialmente na semana anterior à estadia no hotel e refeito, se necessário, no retorno à casa. O uso do vermífugo deve ser realizado sempre no período máximo de 3 meses, dependendo da rotina do animal. Se costuma sair bastante à rua, este intervalo deve ser menor. Muitos tutores costumam utilizar florais. Trata-se de uma alternativa que não possui contra-indicação, porém isoladamente pode não apresentar o resultado desejável.

3) O mais indicado é visitar o hotel e buscar referências, certo? O que o dono deve observar?

Sim, é muito importante. O tutor deve observar o conforto e higiene das instalações; o espaço existente para que os animais possam correr, brincar e descansar; a forma de interação dos funcionários com os animais; mas especialmente as reações comportamentais dos animais às pessoas do estabelecimento.

Também é preciso verificar se há atividades programadas para motivar a interação positiva entre os animais e, principalmente, se são realizadas sob supervisão de profissionais capacitados. Isto reduz o risco de possíveis acidentes entre cães de diferentes portes e brigas entre os animais.

4) Para o hotel devemos mandar as caminhas, cobertas e também um roupa com um cheirinho do dono? O que mais indica?

Sim, tudo isso e inclusive brinquedos da preferência do animal, comedouros, bebedouros e o alimento de uso habitual. É fundamental lembrar das medicações de uso crônico com o esquema de horários para administração e, preferencialmente, com uma cópia da prescrição médica. Outra dica é enviar feromônios sintéticos, especialmente para felinos, caso o estabelecimento não disponibilize. E claro, informar o contato do veterinário e clínica que atende o animal para o caso de uma emergência ou alteração no quadro de saúde do pet.

5) Para o pet que vai ficar em casa e receber os cuidados de uma pet sitter, o que observar e quais cuidados tomar?

Em primeiro lugar é preciso buscar referências do profissional a ser contratado. Apresentá-lo ao pet dias antes da viagem e observar como foi a interação entre o pet sitter e o animal. O profissional deve ser informado sobre as características do animal como: comportamento, medos, agressividade, preferências.

O ideal é que as visitas do pet sitter não alterem a rotina do animal, mantendo os horários de alimentação, brincadeiras e passeios. O profissional também deve ser orientado sobre as doenças e alergias do animal, restrições específicas, assim como receber os contatos do veterinário e clínica aptos a atender o animal se houver alguma intercorrência. Hoje em dia temos a tecnologia a nosso favor, portanto vale solicitar fotos e vídeos do pet nos momentos de visitação do pet sitter.

6) E para quem vai levar o pet na viagem de carro? Quais os cuidados?

Para os pets que apresentam medo ou ansiedade nos passeios de carro, ou filhotes que nunca viajaram, é preciso promover a dessensibilização – curtos passeios de carro dias antes da viagem, para que o animal vá se acostumando aos poucos. Se o animal for viajar na caixa de transporte também deve estar habituado a ela. O animal deve usar peitoral e cinto de segurança próprio para seu porte ou caixa de transporte também presa ao cinto de segurança. Os animais são bem mais sensíveis a altas temperaturas, portanto é preciso atentar para o conforto térmico no interior do carro. Paradas periódicas para eliminação de fezes e urina devem ser previstas, assim como oferecer água diversas vezes durante o trajeto. Em casos de animais ansiosos e que costumam apresentar enjôo e/ou vômitos é preferível evitar oferta de alimento antes ou durante a viagem. Medicamentos para evitar enjôos podem ser indicados pelo veterinário, caso seja necessário. Outras medidas preventivas também podem ser sugeridas pelo veterinário como, por exemplo, vermífugos específicos conforme o destino da viagem. Antipulgas e carrapaticidas também devem ser administrados antecipadamente.

8) O que devemos levar no kit “primeiros socorros”?

Primeiramente, sempre ter em mãos a carteira de vacinação e medicamentos de uso contínuo. Se necessário, a medicação para enjôo e para controle de ansiedade em animais que não tenham passado por tratamento comportamental prévio, conforme prescrição veterinária. Pesquisar antecipadamente quais as clínicas e hospitais veterinários disponíveis na cidade destino, também facilitam o atendimento caso haja alguma emergência.

 

Contato: Gisele Sprea – Médica Veterinária Ethos Comportamento Animal www.ethos.vet.br www.facebook.com/ethoscomportamentoanimal

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